segunda-feira, 16 de maio de 2016

TOMA QUE O FILHO É TEU! - Carlos Ney



 - O hábito faz o monge e o mentiroso. Enquanto aquele vive e morre pela Verdade, este, de tanto praticar a lorota, já nem sabe a diferença entre uma e outra. Veja o caso do Temer. O cara foi gerado pela conjunção interesseira entre criador e criatura. Por mais incestuosa que tenha sido a origem, a legitimidade do rebento, que agora querem empurrar como nosso, é absoluta. As repetir os números que definiram a última eleição, os mentirosos, com suas caras de pau que nasceu torto, esquecem o "detalhe" de que, nas cédulas eleitorais, constavam, como candidatos, as caras de Dilma e Temer. Então, de que jeito dividir, como diferentes, os votos de ambos. E, aqui entre nós, se Temer fosse mero figurante no quadro político nacional, por que não convidaram, ao invés do cacique peemedebista, o cacique petista Ruy Falcão? Se, matematicamente falando, é impossível afirmar que Temer teve 50%, pouco mais, pouco menos, dos votos que tornaram Dilma presidente, pode-se, sem medo de errar, assegurar que Temer garantiu os votos que impediram a eleição de Aécio. E isso, por si só, legitima Temer. Claro que, assim como o grupo dos defenestrados, estamos desconfortáveis com o Temer. Numa lista de 50, sequer o teríamos escolhido para presidente. Mas, dentro das regras que disciplinam o processo eleitoral, Temer é o cara. Cabendo a ele, por conseguinte interromper a queda livre em que a governança petista lançou nossa Economia. Os números postos na mesa, resultado de uma gestão criminosa da contas públicas, são devastadores. Só resta nos unirmos como nação, em favor de nós mesmos. Mas que nosso silêncio ordeiro não permita que ecoem, como se fossem de todos, os gritos fanáticos desses poucos que fizeram-se donos do que nos pertencia. Deixemos que a realidade do desemprego em massa os desminta. Claro que gostaríamos de ter escolhido, em eleição, o nosso presidente. E isso aconteceria se, no momento em que o povo foi para as ruas, espontaneamente, exigir a saída da presidente, ela, num gesto de grandeza, tivesse renunciado. Mas gestos de grandeza são esperados dos monges;não dos mentirosos.. . 

*Carlos Ney, escritor e jornalista

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