Oswald de Andrade, sabiamente, pregava a contribuição milenar de todos os erros, destacando o papel das pessoas menos instruídas para o próprio crescimento do Português. Ele mesmo fez a tentativa de em um de seus romances, escrever como as pessoas falam. É certo que para os letrados ficou meio estranho e difícil até de ler e infelizmente os iletrados não leem nada.
No meu início como repórter, no O Dia-A Notícia (Era Chagas Freitas) - A Notícia não existe mais, era um vespertino (jornais que circulavam à tarde, incluindo notícias da madrugada e início do dia) - coisa que também não existe mais, enquanto que jornais são coisas que ainda existe - um copydesk (coisa que não existe mais) me chamou a atenção por ter usado a palavra penalizado em um texto, alegando que o correto era punido, pois penalizado só se usava para pessoa que tivesse sido julgada pela Justiça. Tempo passou e penalizado agora é sinônimo de punido, embora seja certo que dependendo do colarinho branco, muita gente boa não é nem punida e muito menos penalizada.
Havia também, nos jornais, o famoso nariz de cera. Você colocava algumas coisas no meio do texto para esticar a conversa e chegar ao número de linha exigido pelo editor para o fechamento da página. Algo como: escreva 40 linhas sobre se vai dar praia no domingo.
O grande erro recente foi cometido pelo novo secretário de Educação do Rio, afoitamente falando para uma rádio em contato telefônico, indagado se ouvia bem as perguntas disse: "eu ouvo".
Claro que o deslize de Zveiter - que o próprio tentou corrigir - não é o fim do mundo diante dos tantos e graves problemas culturais e inculturais brasileiro.
Eu, hoje livre dos copydesk da vida, como o secretário de Educação, sequer observo os acontecimentos. Se pudesse apenas jogaria "ouvos".
quarta-feira, 18 de maio de 2016
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