Rio do Limão

Nas primeiras horas da manhã
de domingo, corro - ou melhor ando -
na pista que margeia o rio. Em direção
ao Centro da cidade, as águas verdes
em que balançam pequenos peixes e
aves que não sei o nome - devem ser
garças ou algo parecido -. Em direção
oposta, o bairro pobre com o rio
assoreado e uma ponte caída da última
enxurrada e não recuperada - ou melhor
ainda não recuperada -, lixo jogado no
leito do rio e um velho sofá vermelho
como um convite para quem tiver cansado.
Vejo uma flor nascendo no meio  do
lodaçal - ou melhor fruto de minha imaginação.

É domingo e estou imensamente feliz e
muito legal - deve ser efeito de algum
tilenol ou algo parecido -

O rio daquela Pessoa pode ser mais belo
que o rio que corre na minha aldeia -
certamente que é, assim como o Tejo -

Mas é no Rio do Limão em que eu lavo
a minha mão para garantir a minha rima