segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Pais e filhos


Criar filhos, tarefa difícil. Mesma criação, com idades aproximadas. Um é orgulho  do pai, como vencedor na vida e o outro, do amigo, não disse ao que veio ao mundo.

__ E aí Genoval como vai seu garoto?
__ Um homão. Começou na empresa de maneira modesta. Soltava fogos para mostrar que a situação exigia atenção total. Com seu talento passou logo a integrar a primeira equipe de executivos. Por ser o executivo mais eficiente na eliminação dos adversários e dos que tentam prejudicar o bom funcionamento da firma passou rapidamente a braço direito do gerente.
__ Caramba em tão pouco tempo.
__ Pouquissimo e já disse que não vai ficar assim não. Antes do carnaval afasta o gerente e assume o comando de tudo. E o seu filho Agnaldo. Faz o que na vida?
__ Pois é, não dei a mesma sorte de você. Vivia agarrado nos livros. Passava a madrugada estudando. Em vez de aproveitar a vida, como o seu garoto, não parava de estudar.
__ Chato isso. Entendo sua mágoa.
__ No Natal apareceu novamente com um presentinho. Uma caixa de meias. Dois pares, uma preta e outra marrom. Em 2014 ainda teve uma caixa de bombom para a Ester. Mas, este ano a mãe ficou apenas com um sonho de valsa que ele nem conseguiu embrulhar.
__ Pois é, com tanto estudo deu com o burro nas águas. Mas se você quiser posso falar com o Genivaldo, meu filho, e vê se encaixo ele na Contabilidade da firma. Tem que saber fazer conta. O que o Agnaldo sabe fazer?
__ Agnaldo se formou em professor de Matemática e dá aulas no estado.
__ Que destino cruel. Posso falar com Genivaldo. Ele começa na Contabilidade e quem sabe consiga se destacar e progredir.
__ Seria ótimo amigo, tem dois filhos pequenos e vive cheio de dívidas.
__ Olha, na firma do Agnaldo, na Contabilidade a situação não é das melhores. O piso é de 5 mil reais, mas se ele ocupar a chefia pula pra 10. Se tomar juízo, se aperfeiçoar pode chegar a um posto de executivo. Aí, amigo... Sai debaixo.

MAURICIO FIGUEIREDO

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