domingo, 17 de maio de 2015

A Mangueira não conhece delator


Em 1947, o genial Wilson Batista, em parceria com Benjamim Batista e Marina Batista, lança o magistral Mulato Calado, um samba falando das coisas da Mangueira e bastante atual em relação aos dias atuais com a moda da Delação Premiada, na qual o delator recebe benesses pelo seu dedo-durismo, passa um tempinho na cadeia e dela sai todo pimpão para gozar a vida.
Diga-se de passagem, ladrão de classe média, pois com o ladrão pobre a história é bem diferente


MULATO CALADO
(Wilson Batista)

Vocês estão vendo 
Aquele mulato calado
Com um violão do lado
Já matou um
Já matou um
E numa noite de sexta–feira
Defendendo sua companheira

A polícia procura um matador
Mas em Mangueira 
Não existe delator

A polícia procura um matador
Mas em Mangueira 
Não existe delator

Eu to com ele 
É o Zé da Conceição
O outro atirou primeiro
Não houve traição

Quando a lua surgia
E acabava a batucada
Jazia o corpo no chão
E ninguém sabe de nada



Nenhum comentário:

Postar um comentário