segunda-feira, 21 de julho de 2014

Clima de guerra



Eu nem sei
e nem quero saber
e tenho raiva de quem sabe
quem primeiro atirou a pedra
no telhado de vidro do vizinho
do lado

Eu só vejo cabeça de nêgo
estourando na frente do meu portão
e a minha televisão de plasma
dando seu ataque de asma
enquanto eu
agarrado a minha bombinha
procuro um pouco de ar
debruçado na janela


Não sei se vou lá pra fora do mundo
ou se me escondo dentro de mim
onde também uma guerra
parece que não tem fim

Não sei de quem é a culpa
e quem não é o culpado

A única coisa que sei
é que falta vergonha aos homens
é nem sequer é mau olhado 
e seria bem mais simples
o conserto do telhado

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