Quem conhece a história do Flamengo sabe como o Clube de Regatas surgiu a partir da iniciativa de um grupo de rapazes, sem muito dinheiro no bolso e parentes importantes, lutando para colocar um barco na Lagoa, competindo com bravura e paixão pela equipe que se formava. Depois veio a briga de um grupo de atletas do Fluminense que atravessou a rua e veio se unir com o grupo amadorístico, formando o setor do futebol.
O que marcou o Flamengo desde sua fundação foi a total identificação com a população pobre de rua, ao contrário do tricolor que era um clube de elite da zona sul carioca. A transformação do rubro-negro em time popular foi uma questão de pouco tempo, embora o Vasco fosse o primeiro clube a trazer para dentro de seu espaço os negros até então renegados pela elite da época. O Bangu é uma outra história, pois era um clube de fábrica e a presença do negro era natural.
Como o Vasco da Gama estava identificado com a colônia portuguesa, muitos populares ficaram mais a vontade em aderir o popular Flamengo.
Por isso, nesta época de Arenas Modernosas, na qual a presença popular vem sendo expurgada dos estádios, dando lugar a um público de maior capacidade financeira (o fim da geral é um exemplo desse quadro), a decisão da diretoria do Flamengo em colocar nas nuvens o preço do ingresso para a partida decisiva da Copa do Brasil, contra o Atlético Paranaense, é um verdadeiro atentado às tradições do rubro-negro.
O Hino popular do Flamengo diz que "eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo" e menciona até Jesus, mostrando a aflição e abnegação dos torcedores em um clássico contra o Fluminense, conforme os versos de Lamartine Babo.
PS: Jesus é o Mestre que em sua época foi vendido por 30 dinheiros por Judas, um discípulo que achava que dinheiro era tudo no mundo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário