Na vitrola - Paisagem na Janela

Não sai da vitrola - Nesse sábado cheio de contagem regressiva, ouvindo e refletindo sobre as coisas com o Paisagem na Janela de Lô Borges e Fernando Brant. Advertências de "quando eu falava dessas cores mórbidas. Quando eu falava desses homens sórdidos. Quando eu falava desse temporal".

E os poetas completam: "Você não me escutou (Você não quis acreditar)"

Muitos erros na vida cometemos por não saber escutar e por não querer acreditar e com isso acabamos seguindo as coisas mórbidas e tendo por companheiros os homens sórdidos.

Foto: Clube da esquina e estátua de JK

PAISAGEM NA JANELA

(Lô Borges - Fernando Brant)

Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal

Mensageiro natural de coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens, sórdidos
Quando eu falava desse temporal

Você não me escutou (Você não quis acreditar)
Mas isso é tão normal (Você não quis acreditar)

Que eu apenas era
Cavaleiro marginal lavado em ribeirão
Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvores
Sem querer descanso nem dominical

Cavaleiro marginal, banhado em ribeirão
Conheci as torres e os cemitérios
Conheci os homens e os seus velórios
Quando olhava da janela lateral

Do quarto de dormir
Você não quis acreditar...

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