Sinto que estou vivo
pois respiro desde que nasci
e nunca mais parei
Sinto dor às vezes
e até dor de cotovelo
Espirro no frio
e também no calor
Como açúcar pra me dar energia
e uso alegria contra o colesterol
Gosto de sol e de água fresca
procuro uma sombra pra me deitar
Sinto preguiça
logo quando acordo
e durmo de novo me fingindo de morto
Ponho pilha no rádio
e dou comida pros pombos
embora tenham sumido há muito do meu quintal
como sumiram os amigos e queridos mortos
Mas não choro por eles
pois hoje é domingo
e o sol insiste em me dizer
que ainda estou vivo -
Vivinho da Silva
Imagem - Cena de O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson
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