terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Fifa: a dona da bola


As críticas do presidente da Fifa, Blatter, ao Brasil, pela demora na construção dos estádios da Copa do Mundo, fazem parte da regra do jogo. Quando aceita promover um evento de tal magnitude, os países praticamente, em alguns casos, acabam abrindo mão de parte de sua soberania, aceitando passivamente as normas estabelecidas pelo patrocinador. Embora seja a sétima economia do mundo, o Brasil não é visto, em plano mundial, como uma potência política. É claro que há uma diferença entre o comportamento do senhor Blatter, em relação a países como o Brasil e África do Sul, por exemplo, do que o de uma Copa disputada na Alemanha ou Estados Unidos.

Nesses países, toda uma infraestrutura já está montada há vários anos e o chamado padrão Fifa não é novidade. Há mesmo estádios que superam as exigências da entidade. Neles não há questões como mobilidade urbana, transportes e segurança fora da normalidade, enquanto, no chamado Terceiro Mundo a Fifa comparece com sua cartilha de exigências, podendo botar a banca que quiser. Em um ano eleitoral, como o brasileiro, no qual evento como a Copa do Mundo acaba tendo influência devido à baixa politização de grande parte dos eleitores, a Fifa sabe que o sucesso do evento acaba resultando em dividendos em termos de conquistas de votos.

É isso que faz o senhor Blatter cantar de galo. Ele sabe bem que em 2014, no Brasil, a Fifa é a dona da bola.


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