sábado, 30 de março de 2013

Era Páscoa: a morte do coelho

Era Páscoa
e eu acreditaria
que você mandaria
algum velho coelho
e eu pensaria
nas dobras estranhas
daquele teu joelho

e esperaria
algo bem bom
como o bombom
sonho de valsa
ou serenata de amor

Era Páscoa
em que nós fugíamos
de mãos dadas dos
eternos inimigos
e como bons
velhos amigos
nos protegíamos
dos agitos e dos egitos
e entre gritos teus
eu mataria os ratos ateus
e as baratas das nossa velha casa
lá no pedregulho

Era Páscoa
e nos lambuzávamos
de chocolates
entre as crianças
e cantávamos desafinados
em total harmonia

Certamente atravessaríamos
rios e mar vermelhos

Mas, veio aquela
velha dor no joelho
e sem querer
matamos o coelho

Era Páscoa...



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