segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Papai Noel



Papai Noel curto e grosso

Mauricio Figueiredo

Papai Noel não arriscou entrar
pelas chaminés do edifício. O
condomínio agora é cercado de grades.
Papai Noel foi mais esperto: deixou
a barba crescida e aderiu ao discurso
dos que estão sempre de plantão para
defender os pobres e oprimidos.
Papai Noel saiu candidato. Se aliou aos
amigos e inimigos. Quando pôde comprou
o voto com um mimo ou uma promessinha
de futuro emprego para o eleitor.
Papai Noel tirou foto com as criancinhas
magricelas que brincavam ainda na vala negra
não pacificada. Trocou uma ideia com um cracudo
e fez foto para sair no comercial depois da novela.
Papai Noel, como todo mundo (ou quase todo mundo)
deixou os brinquedos de lado, o saco cheio de ilusões
e o trenó enferrujado pela falta de grana para as
eternas reformas de base.
Papai Noel não roubou o queijo da geladeira, como
contou o poeta no passado.
Simplesmente garantiu a sua ficha limpa e
continuou iludindo o eleitorado (ou um grande número
que ainda acredita nele) com suas eternas promessas.


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