domingo, 30 de janeiro de 2011

Os meus amigos banqueiros

                      Sei que eles possuem muito dinheiro. Mas é inegável que são rápidos no gatilho. Entro na agência do meu bairro. Tiro uma ficha de idoso e já faço isso há muitos anos, mesmo antes de ter completado a idade oficial (diante de tantos crimes, confesso esse pequeno delito), e, sento-me confortavelmente em uma cômoda cadeira e curto o ar condicionado (não é nenhuma geladeira), um verdadeiro paraíso, em relação aos 40 graus do mundo externo.
                               O banco tem um amplo banheiro, no melhor estilo shopping - sempre limpo e bem equipado. Tão diferente de muitos restaurantes de nossa cidade que cobra o olho da cara por um almoço ou jantar suspeito. E no marketing, para o qual estão sempre atento, possuem mobiliário exclusivo para os cadeirantes e demais deficientes. A única falha é, em relação ao banheiro feminino, pois a fila de cadeiras, certamente, impedirá a passagem de uma cadeirante, exigindo toda uma complexa operação. Mas, são falhas que podem ser corrigidas.
                               É um banco ideal para os "vagabundos" tão decantado em prosa e verso por um antigo presidente. Só existe um ou dois caixas para o atendimento de meia dúzia de desocupados como eu. Certamente, a agência faz parte do movimento Slow. Ou seja, devagar e sempre. Não há velocidade. Podemos ler um romance de 200 páginas com tranquilidade, sem ninguém incomodar.
                              A entrada é que é complicada: é preciso se não quiser amolação, comparecer de bermudão, sandália havaiana, bonézinho básico e camiseta regada, além de deixar o celular em casa, pois qualquer metal é prontamente registrado. Mas, se você já for de casa. Íntimo do guarda terceirizado, ele põe para funcionar o "jeitinho brasileiro" e com um simples click na porta, desaba todo o sistema, e você adentra na agência como um rei.
                             Um diz desses, no entanto, fui abordado logo no salão de entrada pelo estagiário Zéca. Disse que queria pagar uma conta. Ele me indicou as caixas eletrônicas. Afirmei que preferia pagar direto no caixa. Ele insistiu dizendo que me ensinaria a fazer a operação. Antigamente, a operação era feita pela estagiária Fernandinha. Mas agora ela subiu na hierarquia do banco e ganhou até uma mesa especial. O Zéca  realizou a operação na máquina (virou de costas para que eu digitasse minha senha) e pronto. Tudo resolvido.
                            Quando perguntou se queria mais alguma coisa, fui sincero. "De verdade queria acabar de ler o meu livro no ar condicionado". A dica veio de pronto: "Entra lá, procura um gerente e diz que o senhor está interessado em um seguro". Enquanto isso, vai curtindo o ar, o cafezinho e a água gelada.
                             Ah, se nossos hospitais, escolas e outros serviços públicos fossem assim!!!
                          

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Salvando vidas

Areal-RJ - "Um carro de som e um motorista, salvando vidas. Tem vezes que o mínimo supera o máximo. Uma lição para governantes".

sábado, 1 de janeiro de 2011

1º de janeiro 2011

Um governo de mulheres

1 – E se as mulheres assumissem a criação dos filhos, não permitindo
que os meninos posassem de machão e que aprendessem a privilegiar o diálogo,
deixando a força como último recurso e usada na defesa pessoal?

2 – E se em cada lar, os meninos aprendessem que não há qualquer ofensa
à masculinidade, passando a fazer também pequenas tarefas domésticas
como lavar louça, arrumar a casa e outros afazeres?

3 – E se as mulheres tivessem condições de não aceitar a presença de pais
babacas interferindo no desenvolvimento afetivo dos filhos, permitindo
que respeitem o próximo como a eles mesmos?

4 – E se as mulheres ensinassem os filhos a cantar, a pintar, a dançar e
brincar brincadeiras de crianças?

5 – E se as mulheres exigissem praças limpas em seus bairros, com
brinquedos adequados às crianças e funcionando plenamente, além de
policiamento eficiente?

6 – E se as mulheres passassem a não permitir maridos bêbados, drogados
e com linguajar chulo no ambiente doméstico?

7 – E se as mulheres exigissem creches que pudessem ajudá-la na tarefa
de criação de crianças sadias, alegres e felizes?

8 – E se as mulheres exigissem escolas de qualidade para seus filhos, onde eles
pudessem desenvolver, plenamente, suas habilidades?

9 – E se as mulheres exigissem o desenvolvimento de programas culturais
permanentes e áreas de lazer próximas de casa para o enriquecimento de
suas famílias?

10 – E se as mulheres tivessm capacidade de governar seus lares, exigindo
da figura paterna um verdadeiro compromisso na criação de pessoas felizes
e com o direito a uma vida melhor?


Mauricio Figueiredo para a www.agenciareporterdigital